segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

poesia antestempo



Então era que no inicio não tinha o nada
E mesmo antes do nada, nenhum outro tempo
Eis que esse relento com tudo disse a si mesmo um sim: sim!
Assim, fez-se o gosto do vento que em idéia coroada,
abraçou-se toda em bem-te-vis.
Surgiu uma flor,
brotou tanta gente estórias diferentes para um jardim cultivar.
Uma arrevoada de palavras que surgem antes do tempo,
antes até delas se lembrar.
E veio a infância espreguiçada,
um pôr-do-sol de girassóis sonolentos de agora tempo, destampado, temperado de alegruras, cantando toda sua prosa para um divino outro nós de um espelho aberto pra pontes...

Bia

O teatro como possibilidade de estar num outro tempo
Uma ponte que nos leva pro Antestempo,
o além desse agora tempo, no antes do tempo

“O que vem de lá não sei”...
Só sei que a mulher é uma flor
E o homem é seu amor
E o amor é o fundamento da criação de todas as coisas

E que no começo era o Som, a Música
Que é a arte de manifestar da nossa fé, da nossa alma!
E cantando pras almas, morrendo e renascendo,
Como o boi brincando na roda, como uma roseira menina
Erguida de dentro d’água...
Trago muitos nomes, histórias e sentimentos
Que só querem sorrir e ver nascer um novo dia!

Fabi


essa música cantada por esses "cantadô" pega a nota musical pela raiz joga dentro da garganta com um mistério e o que brota é uma voz ancestral

quando se escuta essa voz, alguma coisa faz sentido.
de alguma forma nunca se esteve sozinho...

mais essa música escutada assim
como quem encontrou companhia é custosa
feita de benção
fé água benta ardente
e a proteção dos "três rei santo" que termina no milagre desse povo continuar a labuta grande da vida

e não se chega nesse território da fé-canção através de palavras.
não se chega lá assim....

mas a fabi, que viu encantada a toda essa sabedoria achou um jeito muito humano de acessar essa beleza: represent-AR.

e o antestempo, é o tempo poético do movimento
onde o pra quê da existência não gira solto no ar, a partir de uma experiência estética vazia, mas toca, acarinha e sutilmente derrama toda a beleza da cultura popular em nossa sensibilidade, não como um folclore empalhado, mas como a forma que a vida cotidiana tem de produzir arte, e mais, que a vida cotidiana necessita de arte. prova disso? uma única toada explica, é só escutar...

Elaine Narcizo




Nenhum comentário:

Postar um comentário